Laje do Muriaé: Secretaria de Saúde manda vigilância e proteção animal verificarem morte de animais
Polícia Civil trabalha com a hipótese de envenenamento; casos acontecem há um mês.
A cadela Princesa foi um dos primeiros animais mortos por suspeita de envenenamento - Reprodução
O secretário de Estado de Saúde do Rio, Dr. Luizinho, determinou o envio de equipes de vigilância e do RJPET, da Subsecretaria Estadual de Proteção e Bem-Estar Animal, para Laje de Muriaé, no Noroeste fluminense, para verificar a morte suspeita por envenenamento de cerca de 60 animais, entre cães e gatos. De acordo com a Polícia Civil, os animais começaram a aparecer mortos há aproximadamente um mês, o que tem deixado assustada a população da cidade e da região. A polícia investiga os casos como mortes suspeitas por envenenamento.
O secretário determinou que as equipes de saúde do estado prestem todo auxílio necessário à prefeitura e, além disso, já solicitou às autoridades municipais informações detalhadas sobre as mortes. Dr. Luizinho também ligou pessoalmente para o chefe da Polícia Civil do estado, delegado Fernando Albuquerque, pedindo empenho na investigação sobre o ocorrido.
Casos recentes
Em menos de 30 dias, pelo menos 29 cães e gatos apresentaram sintomas de envenenamento em Laje do Muriaé, como fraqueza, convulsão e salivação excessiva. Da lista, apenas Simpático, um vira-lata preto e branco, com cerca de 3 anos, conseguiu sobreviver aos ataques ainda sem autoria descoberta.
O último caso ocorreu na sexta-feira, quando Duque, cão de 15 anos, foi encontrado agonizando no bairro Morro do Querosene. Ele ainda foi socorrido, mas não resistiu. No dia 25, outra vítima já havia sido feita. O cão Negão, com mais de 10 anos, foi encontrado próximo à prefeitura tremendo e com dificuldades respiratórias. Ele foi colocado numa caminhonete para ser atendido por um veterinário, mas também não conseguiu sobreviver.
A maioria dos bichos que apresentou sintomas de envenenamento na cidade ficava em vias públicas. No entanto, de acordo com integrantes do Projeto Animal (grupo formado por protetores de animais), há relatos de pelo menos dois pets envenenados no quintal das residências em que moravam.
— Estamos com medo. É uma cidade pequena, onde todo mundo se conhece. Vou colocar câmeras de monitoramento na porta de casa para evitar que mais animais sejam envenenados. Eu tinha cinco cães e perdi dois — lamentou a protetora de animais e estudante de fisioterapia Victória de Resende Grado.
Apesar das mortes em série, não há um único caso registrado na 138ªDP (Lajes do Muriaé). A delegacia está fechada para o registro de ocorrências por conta de obras, desde dezembro de 2022. Assim, é necessário percorrer 30 quilômetros até chegar à 137ªDP (Miracema), unidade que está concentrado os boletins de ocorrência da cidade. A suspeita dos moradores e protetores é de que alguém esteja misturando veneno em alimentos jogados para os animais. Até agora nenhum dos cães e gatos mortos teve vísceras retiradas para serem examinadas em um laboratório.
Uma das primeiras vítimas da série de mortes foi a cadela Princesa. A vira-lata de pelos brancos foi retirada da rua pela protetora e integrante do Projeto Animal Victória de Resende Grado, que também acolheu o cão Blue Heeler . Os dois cachorros passaram a morar numa parte do quintal, e durante à noite, costumam sair e voltar pouco depois. No dia 14 de junho, Princesa estava bem e saiu para dar uma volta como fazia todas as noites. Retornou às 23h30. Pouco depois começou a passar mal e morreu.
— A gente foi dormir e depois ouviu um barulho. Minha mãe foi lá olhar e a encontrou morta. A Princesa estava com a língua azulada, também babou muito e teve convulsão. Pelos sintomas percebemos que ela foi vítima de envenenamento — contou a estudante, que cursou até o quarto período de medicina veterinária.
Fonte: extra.globo.com
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